Os Plácidos



Nasceu de uma absurda explosão
Entre o mato e o clarão ascendeu
Coisa alguma 
Com emergência de nascer
Que nasce por nascer
Que brota de morte oblíqua
Sobre as casas de tauba
Podres envelhecidas cortinas de chita
Entrava
Dedilhava as gavetas 
Desarrumava o capim
Com o olho em riste apontava
No meio da rua pairava
A rua era livre
Os cabelos da menina presos no laço de chita
A poeira viva na sola dos sapatos 
A comida mal paga
O ônibus que não parou
Correu-ficou
Comeu a tauba a explosão o clarão
Comprou jornal
Leu pesados corpos que a poeira estraga
Tornou a ser oblíquo
Explodiu
Viam-se espantados os plácidos
Maquinalmente postados em classes
Famigeradas classes  
de carnavais e ânus novos.

Comentários

  1. Boa tarde querida Rafa.. um mergulho literal em palavras.. bordaste muito bem tal poesia.. quisera eu fazer desta maneira. mas tu sabe né.. as rimas não me deixam.. um dia dou uma fugidinha e vejo se me saio bem.. bjs e até sempre amiga

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